6.10.17

"Acreditar Sempre"

17-04-1977

O Varzim ia ao Estádio de Alvalade jogar contra o Sporting para o Campeonato Nacional.

Como é bom de ver, não podia faltar a esse jogo. Claro que ia apoiar o clube da minha terra embora e caso curioso, a maior parte dos meus familiares eram e são adeptos do Sporting.

Como o jogo começava às 16h e cheguei cedo (nessa época todos os jogos eram ao domingo às 16h), passeava pelo exterior do estádio, tentando ver nos poveiros que chegavam, um rosto conhecido para entabular conversa e falar sobre a Póvoa e o Varzim. Mas rostos conhecidos nada. De repente chega-se ao pé de mim um sujeito com um quadro na mão e pergunta se sou adepto do Varzim. Disse que sim, embora benfiquista sou varzinista porque é o clube da minha terra e a minha terra transporto e transportarei sempre no coração.

O indivíduo desconfiou que realmente fosse poveiro e, para confirmar, mostrei-lhe o meu bilhete de identidade; naturalidade Póvoa de Varzim.

Contra factos não há argumentos e perante tal evidência o sujeito mostrou-me o quadro. Disse-me ele que um amigo o tinha feito e lhe tinha oferecido porque achava o nosso emblema muito bonito. Mas ele não era poveiro nem do Varzim e prometeu que quando o Varzim viesse jogar a Lisboa, iria oferecer o quadro ao primeiro poveiro que encontrasse. Tive essa sorte e 40 anos depois o quadro ali está em casa, relembrando o episódio.

O Varzim empatou 1-1 com o Sporting. Foi um jogo empolgante. Os Lobos do Mar nunca foram inferiores e a raça poveira e o seu lema "Ser Varzinista é acreditar sempre!" teve ali o seu expoente.

Valente Varzim! Contra ventos e marés, "Acreditar SEMPRE!"

22.9.17

O Mar aos Poveiros

“O mar aos poveiros
Embalou-lhes na espuma a alegre e doce infância.
E rimou-lhes canções d'amor na mocidade,
Deu-lhes na pesca - a vida - e aos filhos a abundância,
Deu-lhes, mais tarde, a morte, e aos filhos a orfandade"

Conde de Sabugosa

Anos 60

Havia borrasca na enseada. O mar encapelado, galgava o porto de pesca, passava a lota e inundava as ruas que estavam no seu caminho, fazendo da Rua 31 de janeiro o seu leito.

Quando mar estava tempestuoso, muito do que nele estava nas entranhas era "vomitado" como se Cronos ali estivesse, vomitando os seus filhos que o mar tinha devorado.

À areia vinha parar tudo, desde bocados dos velhos barcos que ali tinham afundado, como outros objetos, que o mar tumultuoso revolvia nas profundezas, e lançava para fora das suas gárgulas escancaradas.

Sei que me encontrava ali mais o meu irmão mais velho. Outros garotos por ali andavam, vasculhando o areal à procura de moedas ou algo de valor, que as ondas alternosas ali tivessem depositado.

O som do mar bravio era cortado pelos gritos de desespero das pescadeiras poveiras que olhavam o mar onde as pequenas traineiras tentavam a todo o custo entrar na barra.

Quando hoje olho para o mesmo local, o mar bonançoso, sei que muitos de agora, não acreditam que ali houve desespero e morte.

Era uma aflição. Impotentes perante aquela tempestade medonha que se abatera sobre os barcos dos seus “hómes”, rezavam aos santos protetores que os trouxessem sãos e salvos.

O salva-vidas faz-se ao mar tentando resgatar dele, aqueles que devido à força das ondas eram tragados dos pequenos barcos virados.

O mar trazia para a areia não só pedaços de madeira dos barcos ali sepultados, como dos que acabavam de soçobrar.

Saímos, não havia condições para ali continuarmos.

25.8.17

A Lota

"Manhã. Redemoinho de névoa lá no largo; vão chegar as lanchas e os batéis. Uns atrás dos outros à bolina já os distingo muito ao longe. No areal todo de oiro secam redes encascadas, e entre os batéis varados formam-se grupos de mulheres que os esperam. Outras correm. Puxam pelos cabos das lanchas como homens ou carregam a caça que sai do cavername a escorrer. Dois, três barcos já na praia...(...) Mais batéis: é a força da sardinha despejada no areal. Mulheres acodem, o movimento aumenta e os gritos, os gestos, as atitudes imprevistas. Com os dedos metidos nas guelras algumas arrastam os cações sarapintados, as raias espalmadas, os congros ferozes, com a cabeça aberta pelo machado para não morderem a mão que os apanha. (...) – Treze vinténs! catorze vinténs! – o leilão.

Cheira a mar, a peixe e a fartum, e as mulheres curvam-se sobre a pesca e regateiam-na, enquanto em baixo os barcos despejam mais peixe vivo, toninhas, gorazes e a sardinha que começa a alastrar de prata todo o vasto areal. Duas mulheres, de perna, nua e saia arregaçada até ao joelho, engancharam um croque na boca de um peixe-cão e arrastam-no a custo para cima."

Os Pescadores - Raúl Brandão

Era assim no tempo de Raúl Brandão. A venda fazia-se diretamente quando o peixe era descarregado no areal da praia do peixe.

No meu tempo havia já a lota. Os pregões «peixe fresquinhoooo, peixe fresquinhoooo.... » das nossas pescadeiras na venda do pescado, ecoavam por aquele espaço junto à Fortaleza onde uma voz tentava falar mais alto que a outra, mas notava-se uma certa matreirice e um sorriso amigável quando conseguia suplantar nessa venda a amiga adversária.

No fim estavam todas de bem e não me lembro de ver ali, uma zanga séria entre as nossas poveiras.

Era nessa lota que a minha avó abastecia. De canastra à cabeça apanhava a camioneta até Gondifelos, depois ia vender de porta a porta, nem o padre escapava. (1)

Na vinda, trazia a canastra cheia de pão e verduras, quando vinha em excesso, distribuía na "Ilha do Padre" onde morava.

(1) - Chamavam-se "repeteiras" as mulheres que iam vender o peixe às freguesias vizinhas. Quase sempre eram mulheres dos pescadores, o que não era o caso do meu avô. Na minha família não houve ninguém que fosse pescador a não ser por casamento.


P.S. - Agradeço à minha irmã mais velha muito das recordações que aqui escrevo.

9.8.17

As minhas Tias

Três poveirinhas vestidas à minhota (foto de estúdio). Anos 40.

Tia Mininha;Tia Generosa e Tia Glória

Bisavô Francisco

Meu bisavô Francisco (pai da minha Avó Arminda).

5.8.17

A Póvoa de Hoje!

"Na orla da angra ou enseada de Varzim vive o Poveiro, tipo de pescador original e inconfundível na beira-mar portuguesa... Forte, rude, vive do mar e para o mar."

Santos Graça

Poderia começar pela escrita deste ilustre poveiro, a demanda do povo a que pertenço por terras de Varazim.

Dizem que o nosso povo teve origens num povo nórdico, viking, mas não, antes dos vikings chegarem, já outros povos habitavam esta orla costeira.

Segundo o estudo feito pelo capitão Fonseca Cardoso «O Estudo Antropológico do Poveiro», o Poveiro descende da raça semita de origem cananeana, que viveu nas primeiras idades do Egipto, que fundou Tyro, Sidon, Aratos, Gavira, Carthago... enfim, somos aqueles que por herança nasce, vive e morre pescador.

Mas já não é assim. O Poveiro já não nasce nem morre pescador. O Pescador foi “empurrado” para as Caxinas e, na cidade cosmopolita sobranceira, resta somente uma homenagem àquele que tanto deu de si para salvar os outros... «O Cego do Maio».

A Póvoa do meu tempo modernizou-se, tornou-se uma cidade bonita. Oito anos depois, voltei a vê-la. Admirei-me de não encontrar o bulício de uma cidade que me habituou quando lá ia. O Passeio Alegre (Marginal), a Junqueira local tradicionalmente ligado ao comércio e ponto de passagem onde se encontrava a família, estavam quase desertas. Efeitos da crise ou do vento norte que se fazia sentir.

Mas olho e vem-me sempre à lembrança os bons momentos de menino que ali passei. Era uma terra de pescadores, agora é uma cidade virada para o futuro.

Que continue mas sem esquecer que, um dia, famílias de poveirinhos pela graça de Deus, aportou àquela enseada e foi ali que a Póvoa começou.

3.8.17

Póvoa Cine

Os cinemas encerram por falta de público e por muitas saudades que se tenha, na época ninguém se importava com isso e este, e outros cinemas na Póvoa, foram vítimas do camartelo.


Um pouco de história.

Neste mesmo local onde estava o cinema, existia um Café que na época foi muito famoso, o Café Chinês. Para além de café funcionava como sala de jogos, como é típico neste povo, não vive sem jogo.

Com a abertura do Casino (Stanley Ho dono do casino e como é bom de ver de origem chinesa), este Café entrou em decadência pois os jogadores foram todos para o Casino. Resultado foi demolido em 1938 e nele foi construído o Póvoa-Cine. Nos anos 90 devido à falta de público, o Póvoa Cine também foi demolido e nele construído o Centro Comercial, que por sua vez também não tendo quem nele compre, irá ser demolido e nele se fará um pequeno zoo ou um aquário tipo Vasco da Gama como existe em Lisboa (isto digo eu, pois um dia terão que destruir e colocar ali uma outra atração).

O preços de entrada com o passar dos anos foi sempre aumentando. Na minha época um bilhete para o Garret no balcão custava 15 tostões (1escudo e 50 centavos) e na plateia 25 tostões ou seja 2 escudos e 50 centavos. Compare com o que custa hoje um bilhete e verá a diferença. Mudaram-se os espaços, mudou-se a vida, alteraram-se os preços.

Eis aqui uma foto desse Café onde mais tarde surgiu o Póvoa-Cine.


29.7.17

Bairro Nova Sintra

"Se algum dia
À minha terra eu voltar
Quero encontrar
As mesmas coisas que deixei

E correr como em criança
Nos verdes campos do lugar
Quero encontrar
A sorrir para mim"

Verdes São os Campos

Através da janela, à minha frente, o campo estende-se num verde viçoso. No horizonte grossas nuvens iam-se formando, a chuva vinha aí.

A melancolia apossa-se de mim. Olho pela janela e, fechando os olhos, regresso a uma casa, a minha casa, a casa onde nasci!

Não é possível recordares a casa onde nasceste, dizia a minha Mãe, eras pequenino quando de lá saímos, terias dois anos... E nunca mais lá voltámos!

- Mãe, a casa era assim! – explicava eu. Um corredor, ao lado os quartos, a cozinha ao fundo, onde também costuravas e uma janela, uma janela que dava para o campo.

Com a mão no queixo e o cotovelo apoiado no parapeito da janela, ficava horas a olhar para o verde daquele campo.

Por certo naquela idade ainda não tinha idade para sonhar! Olhava talvez pelo verde que se estendia até tocar o azul do céu. Ou pelas nuvens grossas que se iam formando tal e qual como hoje... e a chuva caía, caía ora de mansinho ora em grandes bátegas. O céu era atravessado pelos raios, como se uma criança pegasse num lápis e desatasse ali a riscar sem nexo. Talvez estivesse eu a pegar nesse mesmo lápis e o riscasse. Em pinceladas colocava aquelas nuvens mais escuras, clareadas aqui e ali com relâmpagos,...

...E o verde do campo torna-se mais verde. Gotículas ficam agarradas às suas pequenas hastes apontadas para o firmamento.

Talvez sonhasse com um futuro lindo para todos os meninos como eu. O meu cabelo era amarelo como as espigas de milho. Eu era a natureza, a natureza era eu!

Hoje sou uma réstia daquilo que era, mas olho através da janela e continuo a ser o que sempre fui... Um Sonhador!

25.7.17

"A Lingua da Sogra"

Vendedores de língua da sogra e de gelados na praia da Póvoa de Varzim (foto anos 40).

Neste grupo destaca-se o famoso Franklim dos "Paladares" (em cima à esquerda). O homem dos caramelos gostosos que se comia na nossa Póvoa. Sempre com "olha o caramelo americano", e a brincadeira com o cigarro, metia dentro da boca e de lá saía aceso.

foto de Amadeu Milhazes Carvalho filho do dono da fábrica (ao meio em cima).


20.7.17

Os gelados na Póvoa

Os gelados eram vendidos nestes carrinhos. Estavam sempre na Avenida dos Banhos e a bolacha da GELSANDE era tão fina fina que passado uns tempos já lambuzávamos os dedos.


fotos cedidas por: Amadeu Milhazes Carvalho

12.7.17

Mário Carcereiro

Disse o meu tio António da Conceição (falecido recentemente) ao jornal Correio do Porto:

“Casei em Fevereiro de 1947, e a 10 de Abril fundamos a Banda da Póvoa, fruto de uma fusão entre as bandas "Os Passarinhos" e "Os Malhados". A ideia partiu do Mário Carcereiro. Embora eu tivesse aprendido a tocar Barítono nos Malhados, ajudei-o a fazer a fusão. Houve diversas reuniões e zangas entre as famílias, mas o objectivo foi conseguido. Integrei a primeira direcção presidida pelo Mário Carcereiro. Quando ele faleceu houve eleições e assumi a presidência."

Quem era então Mário Carcereiro?

Nos livros que tenho do Ilustre escritor José de Azevedo, ofertas do meu irmão Josué Lima, pela 2ª vez reparo que um nome que muito me diz, tem surgido em alguns temas.

Falo do meu padrinho de batismo Mário Carcereiro (por isso me chamo e com muito gosto de Mário também).

Não sei muito dele. Saí muito novo de Portugal, as poucas recordações que tenho era quando cachopo ia na Páscoa, ter com ele buscar o pão de ló e pouco mais.

Neste livro que estou a ler "A graça que a Póvoa tem", refere José Azevedo que o meu padrinho era presidente da "Banda dos Passarinhos" (Sociedade Musical da Banda Povoense Concelhia) que rivalizava com a "Banda dos Malhados" (Banda Musical a Poveira).

Gostei de saber um pouco mais sobre o Mário Carcereiro que segundo penso por ouvir há muitos anos dizer, era carcereiro da prisão da Póvoa (ou talvez não, que as alcunhas surgem sabemos lá muitas vezes a razão).

Era muito amigo do meu avô Benjamim Lopes da Conceição, sapateiro no antigo mercado David Alves, perto do torreão que dava para a bomba de gasolina e do meu pai Alfredo Lima.

Nestas duas fotos está o meu padrinho que nunca mais o vi. Ficou o teu nome em mim, Obrigado!

Fotos:

1ª - O meu tio António
2ª - O meu padrinho é o 1º à esquerda ao lado da tarjeta (o meu pai de gravata e casaco claro, está do mesmo lado) tirada no Bussaco (na época era assim escrito o Buçaco de hoje) em 16.06.52. Eu iria nascer quase dois meses depois.
3ª - Sem data (mas deve ser do mesmo ano), o meu padrinho ao centro ao lado do meu avô, à direita. O meu pai está atrás.

As duas sereias

Uma das coisas que me agradou quando comecei a ver a minha Póvoa com olhos de ver, foi esta frontaria sita na Junqueira. Em alto-relevo, estas duas figuras representando duas sereias e como sereias que são estão semi-nuas o que para a época foi um escândalo (e para algumas almas ainda hoje o é), onde se chegou ao ponto do Prior da Matriz proibir a passagem da procissão pela Junqueira pois a casa das duas sereias era considerada uma provocação demoníaca e para que os seus figurantes não caíssem na ratoeira do Demónio ou tentação do pecado, é sem dúvida, uma frontaria a ver para quem pela Junqueira passeia, pela qualidade escultórica que emana daquelas duas figuras.

Obra do escultor portuense Sousa Caldas, dentro da Arte Nova (a Arte Nova foi tardia e de pouca duração em Portugal. Teve início por volta do ano de 1905 e terminou 15 anos mais tarde em 1920) é sem dúvida um ex-libris da nossa cidade, uma pela beleza das figuras, outra porque está no centro o nosso brasão (expressão burguesa do Brasão da Póvoa de Varzim conforme consta na wikipédia), não deixa de ser bonito e bem enquadrada entre as duas sereias.

Segundo o que li no livro "No Reino da Póvoa" de José de Azevedo (um livro a ler tal como os outros deste autor), este edifício foi mandado construir pela Tia Constança do Agulha com o dinheiro enviado pelo marido Tone Maravalhas, emigrado no Brasil, em Manaus. Depois do seu falecimento foi o seu filho Admário Ferreira (poeta, publicista e director do semanário local "O Banhista" e "O Banhista Informador") que ali abriu a "Livraria" Académica.

As duas fotos representam o passado e o presente deste local no que concerne à beleza das imagens.

Fontes:

- wikipédia
- Revista "A Póvoa de Varzim - Repositório Digital"
- Livro "No Reino da Póvoa" de José de Azevedo de onde foi retirada a imagem antiga do local.

Foto atual: Mário Lima


11.7.17

"UM CONTO DE DUAS CIDADES"

No dia 31 de maio de 2017, no Cinema Garrett, estreou-se o filme de Steve Harrison e Morag Brennan "UM CONTO DE DUAS CIDADES".
Para quem não o viu, que foi o meu caso, aqui fica a apresentação do mesmo e a sua sinopse.

Filme "Um Conto de Duas Cidades",
de Steve Harrison e Morag Brennan

Sinopse:

“Começando com a famosa fotografia de Maria do Alívio, de 16 anos, a andar descalça pela Rua das Lavadeiras, o filme conta a história de duas Póvoas de Varzim muito diferentes.
- a comunidade piscatória e a realidade brutal de um modo de vida tradicional – a coragem, carácter e solidariedade que ajudaram o povo a sobreviver.
- a cidade turística – os indivíduos cuja energia e iniciativa transformaram este trecho de 1 km de areia numa meca para milhões de turistas.
Não só se obtém um vislumbre histórico de um mundo que agora está quase esquecido, como também se poderá ver uma parte da história portuguesa que alguns desejam esquecer: a vida sob o poder de Dr. Salazar.
Primeiro há o relacionamento especial que o ditador teve com a comunidade de pescadores e a cidade turística; e depois poderá ver-se então como a Póvoa foi o cenário dramático para o confronto entre o regime de Dr. Salazar e o homem que jurou derrubá-lo. Um Conto de Duas Cidades apresenta-nos duas visões de uma mesma cidade, relatadas a partir de entrevistas a testemunhas oculares, às vezes hilariantes e outras vezes dolorosas, mas sempre inspiradoras e reveladoras.”

Curiosamente o título é o mesmo de um romance de Charles Dickens (Tale of Two Cities - Uma história em duas cidades ou Um Conto de Duas Cidades).