22.7.11

Sempre Poveiro

Poucos anos estive na Póvoa. Nascido em Agosto de 1952, foi em Fevereiro de 1962 que da Póvoa saí e, agora, só esporadicamente é que lá vou.

No entanto tenho alma Poveira. Esteja onde estiver, faço questão de a representar condignamente e também dar a conhecer as tradições, usos e costumes da terra que me viu nascer.

Muitas vezes é-se mais poveiro fora do que dentro de muros. Pelas recordações que nos ficaram da meninice, das festas e romarias, dos jogos, das brincadeiras próprias de garotos, da escola, do fugir à polícia pelas pedreiras (principalmente do “russo” pois chamávamos-lhe uns nomes ‘bonitos’), do malabarismo que víamos ao ar livre ali para os lados da Misericórdia.

As minhas recordações são feitas desse passado. Mas a Póvoa está sempre presente. No ano passado, na minha estreia nos 43 km da Ultra Maratona Atlântica Melides/Tróia, corridos no areal, levei uma t-shirt alusiva à nossa terra.

Na ULTRA em 2010

Um ano depois voltei a fazer o mesmo na mesma prova, desta vez homenageando a nossa terra e o nosso clube, o Varzim.

Na ULTRA em 2011

Continuarei a fazê-lo sempre que essa prova correr, não há maior orgulho para mim, que levar no corpo o nome da terra que me viu nascer.

Poveiro… Sempre!

A música que estão a ouvir (Saudades do Mar), foi-me enviada por um responsável do nosso Rancho Poveiro que tem um Portal ao Rancho dedicado. Esta canção era-me constantemente pedida pelos Poveiros dispersos pelo mundo principalmente pela comunidade Poveira no Brasil.





5.2.11

A minha Póvoa de Varzim


Nasci em 1952 nesta linda terra. Uma terra feita de um passado de sacrifícios, onde o nosso pescador, por vezes, tinha que "mendigar" o pão que o mar lhe negava, nos camponeses que viviam à volta do nosso povoado.

Um povo orgulhoso como o nosso não o fazia de ânimo leve, mas tinha que ser.

A Póvoa do meu tempo foi mudando. A Póvoa de hoje fará parte das fotos antigas do amanhã. Quando regressei à minha terra, após 13 anos de ausência, as diferenças ainda não eram muitas, mas já as havia. Hoje já nada tem a ver com esse passado, assim como esse meu passado nada tinha a ver com o passado dos meus avós. A Póvoa é uma cidade em crescendo. Muitas localidades em volta estão integradas em pleno na nossa Póvoa. Lembro-me de Aver-o-Mar que no meu tempo era bem distinta e hoje já não sei onde começa e onde acaba.

Mas é do passado que se faz o presente e o futuro da nossa terra. Um passado de que podemos orgulhar, fizémos de tão pouco uma cidade cosmopolita que, todos o sabemos, tem muito de bom mas tem também muito de mau. Mas é a nossa terra. Terra dos meus avós, dos meus pais, dos meus irmãos, de toda a minha família. Na Póvoa me casei, na Póvoa baptizei os meus filhos. Nasci no "Bairro de Nova Sintra", sou poveiro de corpo e alma.

Recebia muitos pps com imagens da nossa terra. Eram muito bonitos mas quase sempre faltava algo e esse algo levou-me a fazer este vídeo. Com música do grande amigo Rui Lagoa, aqui está a nossa Póvoa do passado. Tanta mudança houve mas sempre o grito dos nossos pescadores há-de vibrar no nosso peito: «Ala-Arriba» diziam eles e dizemos nós: «Ala-Arriba» por ti Póvoa. Que continues sempre a ser aquela terra que os nossos pescadores levaram para o Brasil e de lá foram expulsos por não negarem a terra e o país que os viu nascer.