29.10.18

Cancioneiro Poveiro

"Um povo sem memória, é um povo sem história"


O cancioneiro Poveiro teria por força das circunstâncias, que ter o mar, a luta diária dos pescadores, a crendice, a fé e o amor, como mote principal. De uma simplicidade desarmante mas rica em pormenores, o nosso cancioneiro, é sem margem para dúvidas, um repertório de situações vividas pela gente do mar. No nosso folclore, essas quadras cantadas pelo nosso Rancho Poveiro estão lá evidenciadas, "Vamos ver a lancha nova" quando se pede a proteção da Senhora e dos anjos, "do mar que é casado, tem mulher, e bate nela quando quer", do "E um abraço, e um abracinho, ora aperta amor aperta" e tantos mais que fazem parte do nosso cancioneiro.

Lembro-me de quando os pescadores chegavam a terra diziam quando viam a mulher depois de longa ausência: "Ah "faneca"! e quem ouvia dizia para ela com um sorrisinho maroto: «Hoje o teu óme quer "combersa".

Nessa noite o cancioneiro seria mais:

"Deitei-me na tua cama,
Teu lindo rosto beijei;
Já logrei o que queria
Agora descansarei."

Outras mais:

Quero viver e morrer
Num apertado abraço;
Como nas ondas do mar,
Lá vive e morre o sargaço.

A vida do marinheiro,
É uma vida triste e dura,
Pois toda a vida trabalha,
Em cima da sepultura

Nas ondas do teu cabelo,
Vou-me deitar a afogar,
Para que o mundo saiba;
Que há ondas, sem ser do mar.


fontes consultadas: "O Poveiro" de Santos Graça e "Linguagem Popular e Cancioneiro Poveiro" de Júlio António Borges

... E aqui fica o último vídeo que gravei do nosso Rancho Poveiro.


1 comentário:

joão duarte disse...

alguém que tenha a discografia do Rancho Poveiro?