25.2.12

A Ronca

A ronca da Póvoa de Varzim faz parte do meu imaginário. Quantas vezes a ouvi no Bairro Sul, na Rua da Cordoaria em que em pequeno vivi.

O seu som ecoava pela noite fora ajudando as traineiras a fazer-se ao porto de abrigo ou quando o nevoeiro traiçoeiro limitava os olhares dos bravos Lobos-do-Mar.

Ali, nas traseiras da Igreja da Lapa, a ronca na velha casa junto ao farol da Igreja, cumpria a sua função.

A Casa da Ronca. Foto: Pedaços de um século Poveiro

Muitos anos passados voltei à Póvoa e um velho som se fez ouvir. A Ronca continuava ‘viva’. Esse som, que nunca o esqueci, fez-me recordar esses tempos de menino. Era verão, o nevoeiro fazia-se sentir e a ronca ecoava no meu espírito, no espírito de quem muito novo rumou a outras paragens, mas que nunca se esqueceu dos sons que moldaram a sua alma poveira.

P.S. - Os meus agradecimentos a Joaquim Pinto que gravou o som da ronca e fez este vídeo, para eu o colocar neste meu blog à Povoa dedicado.



Sem comentários: