10.5.12

Xico Preu

Ao pesquisar por um nome (Xico Preu) que faz parte das minhas recordações de menino (referenciado no tema "Ilha do Padre") deparo-me com esta foto dos "Leões da Lapa Futebol Clube" e um Xico Preu, guarda-redes da equipa.

Em cima: Tone Prior, João Nunes, Alexandre, Nel Rajão, Tone Vinagre, Zé Moreira, Xico Preu
em baixo: Zé Graça, Toninho, Manuelinho, Vitorino Graça, Oliveiros

Será este o tal Xico Preu pescador, que me levava, mais os meus irmãos, até à traineira? Seria bom saber que era este o amigo que nunca mais esqueci.

Citando

"Na Rua Cego de Maio, saltávamos nas fogueiras dos Santos Populares, e assávamos as batatas. Era dali que partíamos para junto da lota e ouvíamos os pregões das pescadeiras na venda do peixe. Era dali que íamos até à praia para um mergulho ou ter com o amigo Xico Preu que nos levava até ao seu barco."

Um dia, quando nos foi buscar ao cais no seu bote, ao descer-nos pela escada de ferro do cais de pesca cheia de ferrugem e partida (nós éramos uns miúdos ainda), foi numa dessas pontas soltas que o Xico, desequilibrando-se, fez um rasgo profundo nas costas.

Se algum de vós o conhecer e caso ainda esteja entre nós, um Grande Abraço meu.

(claro que ele já não se lembrará de mim, mas aqui fica a recordação)

29.3.12

O Meu Olhar

Gravação feita por mim em 1996 na altura das Festas da Nª Senhora da Assunção.

Vários aspetos da nossa cidade dessa época, com a procissão e a participação de um Rancho (Tricanas da Lapa?) no largo António Nobre (quantos 21 anos depois estarão ligados ao mesmo?).

Neste vídeo está a minha saudosa mãe Aurora e os meus filhos ainda pequenos (já nascidos em Lisboa mas todos batizados na Póvoa onde eu também fui batizado, na Matriz. Poveiro é assim, as raízes não se podem perder).

25.2.12

A Ronca

A ronca da Póvoa de Varzim faz parte do meu imaginário. Quantas vezes a ouvi no Bairro Sul, na Rua da Cordoaria em que em pequeno vivi.

O seu som ecoava pela noite fora ajudando as traineiras a fazer-se ao porto de abrigo ou quando o nevoeiro traiçoeiro limitava os olhares dos bravos Lobos-do-Mar.

Ali, nas traseiras da Igreja da Lapa, a ronca na velha casa junto ao farol da Igreja, cumpria a sua função.

A Casa da Ronca. Foto: Pedaços de um século Poveiro

Muitos anos passados voltei à Póvoa e um velho som se fez ouvir. A Ronca continuava ‘viva’. Esse som, que nunca o esqueci, fez-me recordar esses tempos de menino. Era verão, o nevoeiro fazia-se sentir e a ronca ecoava no meu espírito, no espírito de quem muito novo rumou a outras paragens, mas que nunca se esqueceu dos sons que moldaram a sua alma poveira.

P.S. - Os meus agradecimentos a Joaquim Pinto que gravou o som da ronca e fez este vídeo, para eu o colocar neste meu blog à Povoa dedicado.