5.8.23

𝗔𝘀 𝗲𝘅𝗰𝘂𝗿𝘀õ𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗮𝗻𝘁𝗶𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲!

Lembro-me bem das excursões que se fazia no Portugal de antigamente. Era uma alegria entrar na camioneta e partir à aventura. Levava-se a cesta de verga com os bolinhos de bacalhau, as pataniscas, a boa broa de milho e, claro, não podia faltar o garrafão de vinho tinto para os adultos e o pirolito (bebida gaseificada) para as crianças.

As excursões eram sempre divertidas. Fazíamos amizades, cantávamos, jogávamos à bola, brincávamos às escondidas. Era uma festa.

No final do dia, regressávamos à camioneta cansados mas felizes. Partilhávamos as nossas impressões. Caso ainda houvesse, saboreava-se os últimos petiscos da cesta de verga. Sentíamos-nos parte de uma família, de uma comunidade, e era com um até à próxima, que se despedia.

As excursões no Portugal de antigamente eram assim: simples mas ricas, modestas mas generosas, humildes mas orgulhosas. Guardo-as no meu coração como tesouros de uma época que já não volta. foto: excursão em 1954, na camioneta da empresa Linhares da minha terra, Póvoa de Varzim (desconheço as pessoas). Lá está a cesta de verga.

27.3.21

Camisolas poveiras

Estilista americana pede desculpa e quer "corrigir o erro".

Peça tradicional da Póvoa de Varzim colocada à venda por marca norte-americana por 695 euros.

A camisola poveira é dos poveiros e não de uma "gringa" qualquer.

Ala-Arriba pela Póvoa!

25.12.20

Natal 2020

Devido ao confinamento, reunião familiar reduzida, mas a tradição continua.

Jogar ao 'quino' como se diz na minha terra Póvoa de Varzim.

Haja saúde!
E mais um Natal passado
Num ano condicionado
Este Pai Natal faz menção
Voltar em 2021 no renacão
Até lá, muita saúde e alegria
Com momentos de pura magia.

15.12.20

Coreto e Igreja Nª Sª das Dores

"Um povo sem memória é um povo sem história"

Erigido no centro urbano da cidade da Póvoa de Varzim, o Coreto da Praça do Almada foi edificado em 1904, tendo sido oficialmente inaugurado no ano seguinte.
A Igreja da Senhora das Dores, teve a sua origem no século XVIII no local onde era adorado o Senhor do Monte; possui seis capelas com esculturas que representam as dores da Nossa Senhora, estando a sétima figurada no altar-mor.

22.12.18

Natal - Anos 70

Era tradição na minha terra, no dia de Natal, comer-se no chão. Já vinha dos tempos imemoriais. Com o tempo foi-se perdendo esta tradição embora ainda há quem resista e continue a fazer como os seus antepassados.

NATAL

O Natal é uma época marcante na comunidade piscatória da Póvoa de Varzim. Tempo de encanto, de alegria e tradições muito próprias, de grande significado para a gente do mar.

Ainda o Natal vinha longe e já o rapazio se perdia na compra de bonecos de barro (chamados de pastorinhos), recolha de musgo (conhecido por burriço) pelos muros, confeção de castelos, pontes e moinhos de papelão, peças indispensáveis para um presépio que levava a semana inteira a ser montado, geralmente no quarto da frente, perto da janela virada para a rua, para que toda a gente do bairro o admirasse.

Depois, em grupo, os miúdos vizinhos ensaiavam no fundo do quintal as Cantigas ao Menino ou Versos ao Menino Jesus (não era vulgar chamar-se Cantar as Janeiras), com reco-reco, ferrinhos, castanholas, pinhas secas, pandeiros e testos. Eram os preparativos para a noite de consoada ou noite de ceia (Natal) onde toda a família se reunia, esquecendo zangas ou divergências antigas.

A ceia, uma mistura de prazer da mesa e culto religioso, era um festival permanente de boa disposição, de cantorias e recordações. Lembravam-se vivos e mortos, com algumas orações a preceder a refeição maior.

Para o pescador poveiro, na noite de consoada, o ruivo e o peixe seco eram pratos «obrigatórios». Toda a gente comia no chão e geralmente na cozinha, onde a lenha do fogão servia de aquecimento central.

O Pai Natal era, ainda, um desconhecido e a troca de prendas não entrava nos hábitos da gente da pesca. De árvores enfeitadas, não há qualquer testemunho.

Para os mais novos a grande prenda era a sobremesa. Esperavam, com ansiedade, os pratos de aletria e rabanadas, doces típicos (e únicos) do Natal poveiro. No final, distribuíam-se figos, nozes e pinhões, complementos indispensáveis na Ceia do Senhor, utilizados no jogo do rapa, disputado em grande algazarra por toda a família.

Acabada a Ceia, os grupos de Cantigas ao Menino, muitas vezes acompanhados por familiares, percorriam o bairro cantando de porta em porta. Em cada paragem perguntavam: - Vai ou não vai? Se alguém respondia «vai», ouvia-se, de imediato, o «concerto» de ferrinhos e reco-reco. Como recompensa, o dono da casa oferecia castanhas, figos, rebuçados ou algumas (poucas) moedas.

A Noite do Menino ou de Consoada prolongava-se até à Missa do Galo, última etapa de uma noite especial, plena de religiosidade, de encantamento e de alegria.

daqui:

https://www.cm-pvarzim.pt/areas-de-atividade/turismo/conhecer/as-nossa-raizes-1/historia/tradicoes?fbclid=IwAR1fAyRZ-jeipc1zRNyQ-7Np0ezEiYJZnQnyXLprhlyF-F9vYRS_ePgMtD8